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  • Foto do escritorHenrique Pagnoncelli

EU SOU!


Prof. Henrique Pagnoncelli

Parapsicólogo clínico

Blumenau/SC


Eu sou é uma pequena frase, porém aponta para uma realidade além da nossa capacidade racional de compreensão. Quem contemplar essa frequência, poderá experienciar o sagrado divino em si mesmo. A razão não dá conta desse alcance, mas o coração sim!


Essa frase pode ser encontrada no livro do Êxodo, quando Deus ordena a Moisés que liberte o seu povo da escravidão no Egito. Moisés, além de não confiar em si e na sua capacidade de liderança, teve dúvidas sobre quem é Deus. Certamente, buscava entender Deus pela razão. “Qual é seu nome?” era a pergunta de Moisés e, provavelmente, a dos israelitas — e a nossa também. Assim foi a resposta a Moisés: “Eu sou aquele que sou”. Diga ao povo: “EU SOU enviou-me a vós” (Ex 3:12s). Essa foi a resposta de Deus à pergunta de Moisés. Os judeus sempre evitaram pronunciar o nome de Deus.


A dúvida de Moisés é também nossa. Procuramos entender Deus intelectualmente e ainda fora de nós. Por esse caminho, é impossível. Deus é indizível, inominável. Se é nominável, não é Deus, mas um ídolo, um conceito. Tal conceito vira dogma, norma, normal, preconceito, fragmentação, divisão, conflitos e guerras. EU SOU... Qualquer predicado não é o EU SOU, mas um rótulo, uma ideia de alguém sobre. As religiões têm apresentado o EU SOU como uma ideia, um conceito, um nome para Deus. Fica-se nas palavras não para onde elas sinalizam. Dali surgem ideologias fundamentalistas e fanatismos. É a razão que julga, separa, exclui e fragmenta. As ideias e suas ideologias vêm da cabeça. Prega-se de tudo, menos o EU SOU. A razão deveria elucidar e não impor um modo de pensar para ser um modo de ser — que vira um modo de crer e, por consequência, vira crença e não fé. Tudo em nome de Deus. Esses antropomorfismos nos afastam do EU SOU.


Muitos frequentam os templos por medo e não por fé. Tenho observado que muitos se dizem ateus, mas têm fé. Confundem crenças com fé. A fé vem do coração. Fé é EU SOU, vem do coração. A fé vem da sua essência e o fortalece. As crenças vêm da razão, para ter razão e limitam. O autoconhecimento nos conduz ao EU SOU, em nós. Ele está em nós e no meio de nós.


O acesso a Deus, EU SOU, se dá pelo coração. Não se pensa Deus, mas se sente Deus, EU SOU! Deus em mim! EU SOU A PRESENÇA DIVINA, EU SOU DEUS EM MOVIMENTO. Ou seja, Deus se expressa em mim para o mundo e para os outros.


Não é apenas um verbo conjugado no presente, de forma bem racional, mas algo vivencial que vem do coração e se manifesta. É necessário transcender as palavras. “O Verbo se fez carne” é o EU SOU em ação. Eu sou Deus em ação, vale dizer, eu revelo Deus pelas minhas atitudes. Nesse nível, somos “imagem e semelhança de Deus”. Nessa prática, podemos também viver e dizer o que Jesus mostrou aos seus discípulos: “Eu e o Pai somos um, quem me vê, vê o Pai”. O EU SOU é Deus amor, caminho, verdade, vida, luz, benção.


EU SOU não tem tempo. Sempre existiu. EU SOU a consciência desperta, a presença, o aqui e agora e sempre.


EU SOU é uma chave que abre portas. Jesus usava muito esta chave: eu sou o caminho, a verdade, a vida, o amor, a ressurreição. Se acessa o divino em nós. Pronunciar esse mantra é como abrir um aplicativo: a partir disso, você acessa a vida, o caminho, a verdade, a vida. Somos extensão de Deus.

Por Henrique Pagnoncelli




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